sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Natal



Pintura: Norman Rockwell


O Natal é uma época agridoce para mim que pode ser cheia de sentimentos contraditórios de alegria e tristeza. 

É natural que eu busque então um sentido para a data. Apesar de todas as contradições eu adoro o clima de comemoração, as canções, o espírito. A ideia de fraternidade superior à nossa própria capacidade de realizá-la. Adoro o otimismo irresponsável do espírito natalino.  

Mesmo assim ainda penso sobre o que realmente é o Natal em nossa época tão feroz, apressada, de individualismo selvagem e comercialismo bárbaro. 

Esta madrugada, pouca antes de deitar, subitamente parei e fiquei observando a árvore de Natal na sala. Foi como se eu nunca tivesse feito isso antes.  

Sentei e fiquei acompanhando os padrões e as cores dançarem pelas luzes natalinas baratas produzidas na China. 

A Estrela de Natal na ponta, levemente kitch e muito mágica, espalhar seus padrões coloridos pela escuridão da sala.  

A luz escapando pelas janelas das TARDIS, iluminando a sala com encantos infinitos de todas as eras e civilizações sonhadas e prometendo aventuras sem fim. Sempre lembrando que todos podemos ser maiores por dentro do que por fora. 

Foi um inesperado e pequeno momento de mágica natalina.  

Percebi que o Natal é sobre isso: neste mundo louco, cheio de obrigações brutais e exigências ferozes, cada momento de encantamento é uma preciosidade. Cada gota de doce mágica é preciosa no oceano salgado do cotidiano. 
 
O Natal nos lembra da beleza das pequenas coisas, pelo menos por um dia: uma canção emocionante, um sorvete saboroso, um belo sorriso, a lembrança daquela pessoa importante... e uma árvore de Natal desafiando a escuridão e a solidão da noite. 

Feliz Natal!!!!!