terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Moça Vestida de Céu

Crédito da imagem:



ELA USAVA UM VESTIDO PRETO DE ESTRELAS

ERA O CÉU NOTURNO DE MINHAS ASPIRAÇÕES

SOBRE AS CURVAS DE SEU CORPO AS CONSTELAÇÕES DE MEUS DESEJOS

NAS BARRAS DE SUA SAIA AS FRONTEIRAS DE MEUS SONHOS

SOB AQUELE MAR DE ESTRELAS UM CORAÇÃO QUE ERA UM MUNDO

CHEIO DE PERIGOS E MARAVILHAS
JUSTIFICANDO CADA RISCO DE SUA EXPLORAÇÃO

ELA USAVA UM VESTIDO PRETO DE ESTRELAS

SUA BELEZA UMA CERTEZA SERENA COMO O LUAR
E SEU SORRISO ERA OUTRO UNIVERSO

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

DANÇA E ONDAS

Crédito da imagem:


Fast Poetry 
(escrito numa noite qualquer de terça-feira)

DANÇA E ONDAS

ELA É MAIS QUE SONHO E DESEJO DANÇANDO NAS BORDAS DE MEU CORAÇÃO
ELA É ESPERANÇA E ALEGRIA ARREBENTANDO CONTRA OS ROCHEDOS DE MINHA CONSCIÊNCIA

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Natal

Crédito da imagem:




Fast Poetry
(Escrito em uma manhã chuvosa)

NATAL

QUANDO ELA RI,
AQUELA RISADA SONORA E SINCERA,
O NATAL CHEGA ANTES

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Sóis

Image from: http://sirius-sdz.deviantart.com/



Fast poetry
(Escrito em uma manhã invernal de segunda-feira)


FAZ FRIO AQUI DESTE LADO DA VIDA
A EXISTÊNCIA BARULHENTA DAS COISAS GRITA
O SILÊNCIO FEROZ DAS AUSÊNCIAS SUSSURRA
AS SAUDADES INUNDAM O VAZIO
E AS LEMBRANÇA DE SORRISOS E CONVERSAS PARECEM SÓIS IMAGINÁRIOS




Pela Manhã

Fast Poetry
(Escrito em uma manhã de sexta-feira)

É cedo para a solidão 
A hora dela são as noites frias e longas

É tarde para o Amor
Seus dias são os de ócio ensolarados

É momento de desejos não alcançados e saudade agridoce


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Big-bang


Quando o céu estilhaçou-se, eles deram as mãos.

O som do fim do Mundo era ensurdecedor e estranho, como se o tempo cantasse.

Puderam ver, ao longe, quando uma estrela despencou e decapitou uma montanha.

As pessoas à volta deles tinham reações às vezes inesperadas, às vezes óbvias. Choravam, rezavam, se abraçavam, se matavam, ocasionalmente até pediam perdão umas às outras.

Pela janela eles viram as rachaduras no céu e dentro delas, para aqueles que ousavam olhar, o Tudo e o Nada se misturavam numa noite sem luar.

A chuva começou, morna e dourada, como se fosse o sangue das estrelas. Eles abracaram-se com mais força. Lembraram-se do piquenique ainda naquela manhã, do sorvete que dividiram na noite anterior, do conforto de dormirem abraçados, das longas conversas. Viram quando um pedaço do firmamento despencou e fincou-se no centro da cidade como um punhal com constelações entalhadas em sua lâmina.

Ela foi forte e não chorou. Ele não foi e chorou quando ela disse-lhe um adeus sem palavras com um beijo.Foram para a rua.

A realidade evaporava ao redor do casal. Prédios escorriam para as brechas do céu, o oceano partiu em silêncio, pessoas evaporavam em nuvens que lembravam pequenas galáxias.

Então o fim os abraçou. Subitamente todas as coisas pareceram pequenas, todas as lembranças eram imensas. Permaneceram abraçados até eles próprios tornarem-se pequenas nebulosas gêmeas.

O silêncio triunfou.

Choveu. Choveu até a a superfície da realidade tornar-se apenas oceano. 

E o espírito de Deus pairava sobre as águas.