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Ele abriu os olhos e contemplou o céu profundamente
azul. Deitado em meio aquele mar de grama observou as nuvens que aqui
e ali formavam animais e prédios diáfanos. A seu lado, deitada na
macia toalha de praia, sua namorada adormecera.
O
piquenique fora ideia dele. A princípio ela relutara. Parecia uma
ideia boba, mas agora que estavam ali, sentindo um sol
gentil sobre eles e o cheiro familiar da grama, ele sentia-se muito
bem.
Ela
moveu-se suavemente e colocou a cabeça sobre o peito do namorado,
aparentemente ainda dormindo. Ele sentiu o perfume frutado do shampoo
que emanava dos cabelos negros da moça. O rapaz acariciou o rosto
dela sentindo sua pele macia como as próprias nuvens. Aquilo o fez
sentir um conforto enorme.
O
vento levantou um pouco o vestido florido da garota, mostrando um
pouco das delicadas pernas da moça. O namorado sentiu-se sortudo
quando ela se ajeitou a seu lado e abraçou sua cintura com uma
daquelas belas pernas.
Por
um momento o rapaz pensou que se o mundo acabasse agora, ali, naquele
momento de alegria e perfeição, ele estaria feliz. Ocorreu-lhe que
aquele era um pensamento bobo e egoísta. Ao longe um trovão
ribombou assustador.
O
homem pensou: será? Abraçou a namorada com força e carinho. Ela
acordou dizendo:
– Que tal irmos ao
cinema? - e levantou com graça - estendo a mão pequena para ele.
Ao
longe a tempestade reafirmou-se ameaçadora. Ele apertou com força a
mão pequena da namorada e foram ao cinema, esperar o fim do Mundo.
FIM